Por quantas vezes você foi o meu destino
Belo recanto prum peregrino
A minha alma buscou sempre o seu abrigo
Pra voz e o canto de um sudestino
Se agora chora, o seu povo te abraça
Contigo ora, cheio de graça
A natureza vai cuidar de seu menino
Com fé e força de um paladino
Brumadinho, Brumadinho
Pura ganância maltratou o vosso ninho
Cobriu as flores, bichos, rios, coqueirinhos
Lares, cores
Até quando vão durar os descaminhos, até?
Brumadinho, Brumadinho
Meu coração agora está muito tristinho
Mas como disse meu poeta Mariozinho
"Eles passarão
Você (eu) passarinho! " (*)
(*) Mário Quintana - Poeminho do Contra
(Prosa e verso, 1978, Editora Globo)