Torturante ironia (valsa, 1935) - Orestes Barbosa e Sílvio Caldas
Que mágoa neste abandono
Que ânsia perdi o sono
Vivo em tristonho cantar
Porque a canção mais aflita
É a forma que há mais bonita
Da gente poder chorar
Sobes este barranco
Sujando o vestido branco
Pisando as pedras do chão
Mas sem saber na verdade
Que desde lá da cidade
Tu pisas meu coração
Por ser do morro e moreno
É que eu soluço, é que eu peno
Bebendo meu amargor
Por que me negam querida
Esta alegria da vida
De possuir teu amor
Que torturante ironia
O amor com categoria
Eu amo e não posso amar
Porque a mulher que eu adoro
Não mora aqui onde eu moro
Deixa então soluçar