Quem não conhece um docinho bem caseiro
Que hoje enfeita os tabuleiros nas festas do interior
É tão verdinho que o olhar da gente vidra
Chama-se doce de cidra com um gostinho de amargor
E o amarguinho que ele tem inofensivo
Não é doce enjoativo, é gostoso de comer
Mas para mim doce de cidra é um veneno
Apesar dele pequeno fez tão grande o meu sofrer
A história vou contar como acontece
Me lembro, eu assistia um leilão
Na vila era dia de quermesse
Festa tradicional do meu sertão
Juntinho do palanque uma doceira
Cabocla tão bonita que já vi
Seus olhos eram verdes igual o doce
Confesso que até me confundi
A festa se acabou, ela foi embora
Os olhos cor de cidra alguém levou
E quando vejo doce de cidra em tabuleiro
Sinto um grande desespero do amargo que ficou