Dolorosos fins de tarde em que o sol se põe em brasas
Por detrás daquela casa onde não mora mais você
São crepúsculos vermelhos torturantes, insensíveis
Em que as noites mais horríveis, vem zombar do meu sofrer
Em pensar que em pouco tempo que a gente namorava
Nessa hora a encontrava perfumando como a flor
E o entardecer de sonhos como rufos relicários
Era o mundo do cenário de um romance de amor
Folhas mortas de uma história
Que perderam na memória que ninguém pode apagar
Nem você, amor saudade, nem você que me judia
Reconhece a agonia dessa dor crepuscular
Hoje não há mais magia quando a tarde vai-se embora
Quem sorria hoje chora pressentindo o anoitecer
O romance virou drama ao romper-se a trajetória
Um amor que foi vitória e hoje custa esquecer
É por isto que eu detesto o fim de tarde, hoje em dia
Pois me trazem nostalgia e não sei como apagar
Você foi, tenho certeza, o pôr-de-sol da minha vida
Uma tarde colorida que se foi pra não voltar