(Tem gente que não entende
Que o macho, quando é bem macho,
Nem que o mundo venha abaixo
Não dispara e não se rende Essa é a gente que se ofende Com o meu ar de liberdade E por inveja, e maldade Das suas mentes macabra Batizam de boca braba Quem tem personalidade) Me chamam de boca braba Não sabem me analisar De gênio eu sou uma cachaça Mas de alma um guaraná Só não me péla com a unha Quem pretende me pelar E depois que eu fico brabo Não adianta me adular (Eu sei que é em mim que deságua Quase que cento por cento De todo o ressentimento Dessa gente que tem mágoa É porque eu não bebo água Nas orelhas dessa gente Que adoram mostrar os dentes E por não terem fé no taco Vivem grudado no saco Dos políticos influentes) Me chamam de boca braba Mas eu nem brabo não fico Não desfaço quem é pobre Nem adulo quem é rico Quando eu gosto, eu elogio Quando eu não gosto, eu critico E onde tem galo cantando Eu vou lá e quebro-lhe o bico (O meu jeito? Ah, o meu jeito, conforme tenho dito Pra uns é muito bonito Pra outros é meu defeito Mas talvez seja o meu jeito Que me troque de invernada Cada um tem sua estrada Seu lugar, seu parador A abelha gosta da flor A sarna, da cachorrada) Me chamam de boca braba Essa gente tá enganada Eu tenho é boca de homem E tenho opinião formada Sei qual é a boca que explora Sei qual é a boca explorada E é melhor ser boca braba Que não ter boca pra nada!