Rasgando o céu uns galhos na distância
Me acenavam folheiros da infância
Recortando o azul da imensidão
Eram deles os pombos companheiros
Num compasso de assas viageiros
Colorindo a manhã de uma estação
Eu num banco me encontro descansando
Das viagens que fiz me procurando
Me perdendo sempre a cada trem
Aprendi pelos trilhos e taperas
Que a tristeza é maior quando se espera
Ou se sente saudade de ninguém
Voam longe meus olhos passageiros
Sem o brilho de antes de [?]
E sem trilhos no rumo que eu encerro
Vou por dentro de mim abrindo ruas
Onde a névoa serena que flutua
Me liberta de estradas e de ferro
Vai e volta a saudade condenada
A viver entre os trilhos da jornada
No olhar de quem vai pelo vagão
A tristeza se faz então se solta
Entre a mão da partida e o bem da volta
Da rotina sem fim de uma estação