Segure lá
Vou daqui cheguei agora
Mas num tô fora de hora
Meu negócio é embolar
Mulher bonita
Por aqui nunca faltou
Quem inventou o amor
Conheceu esse lugar
Eu dou de peia
Tu embaixo, eu em cima
Meu cantar ninguém domina
Quando pego é pra torar
Vou lhe dizer
Minha viola tá zangada
Vai até de madrugada
Sem dormir, sem reclamar
Aonde vou
Tem um cabra se tremendo
Quando chego sai correndo
Sem saber onde parar
Tô me coçando
Pra pegar ele de jeito
Não escondo, meu defeito
É bater até matar
Não tenho pena
De sujeito mal criado
Eu estou desgovernado
Comecei, vou terminar
Quebrei a porta
Pra torar você no meio
Na banguela, sem ter freio
Só pra ver no que vai dar
Não desconverse
Preparei minha chibata
Não encontro quem me bata
Que não sou de apanhar
Sou invocado
Sou pior que lobisomem
Eu duvido que um homem
Consiga me derrotar
No aperreio
Quebro tampa de panela
Tiro os ovos pelas guela
De quem me desafiar
Costuro a boca
Corto o bucho, cai as tripa
Tem cerol na minha pipa
No trovão à beira-mar
E tome lenha
Meu serrote é afiado
Pra deixar você calado
Vou moer nesse fiar
Tô avisando
Arranquei um parafuso
Pra deixar você confuso
Nunca mais se consertar
Minha viola
Tem as cordas de titânio
Quando toca faz o crânio
Do sujeito endoidar
Vou por aqui
Devagar, lhe futucando
Só pra ver você chorando
Nesse choro se afogar
Eu não demoro
Num piscar estou voltando
Quero meu povo cantando
Esse coco à beira-mar
Tô indo embora
Mas, eu volto qualquer dia
Pra cantar minha porfia
Outra vez nesse lugar
Muito obrigado
Ao povo brasileiro
Sei que eu sou o primeiro
Sem ninguém pra empatar
Não tem segundo
Sou o rei do improviso
Canto, correto, preciso
Porque gosto de cantar