As estrelas, lamparinas
Clareando meus poetas
Pelo cosmo, são as setas
Recontando solidões
Meu olhar visionário
Sonhador, imaginário
Escultor, incendiário
Confinou as amplidões
No enredos dos sertões
Oceanos são desertos
Paraísos encobertos
Cemitérios de asteróides
Passarela dos camelos
Labirintos sem novelos
Para seis e sete estrelos
Moradia dos andróides
Violência nos tablóides
Porto aéreo sem as naves
Aviões pousam suaves
Na fogueira dos gravetos
Armazém de velhas naus
Na Babel sem os degraus
No silêncio, pó e caos
Criancinhas nos espetos
Riso, choro, fé, duetos
Sol e chuva, paz e fúria
Ladainhas na lamúria
Procissão e latomia
No retrato só tem ruga
Deus ajuda quem madruga
Mal choveu a terra suga
Essa hora não tem dia