Pele macia, pelo de panda parida
Se eu lhe der uma mordida
Juro que num vai doer
Jaboticaba, jambo, caju bem maduro
Não conheço um pé de muro
Pra nós dois num se esconder
Quando lhe vi, me agarrei no seu cangote
Feito cobra dei um bote pra acertar seu coração
Fiquei num canto como quem é ferroado
Por um bicho envenenado, com o veneno da paixão
E nesse fio de forró furimfimfado
Se aconchegue aqui do lado
Que eu vou balançar você
Tem um sombra embaixo do cajueiro
Que eu reguei o ano inteiro
Pra dar fruto e nós comer
É cravo e canela, castanha e caju
Vermelho, madurinho, gostosinho
Que nem tu
É um mistério, criador e criatura
Pelo tamanho da cintura de pilão, de violão
Caleidoscópio, âmbar, néctar precioso
Tens o cheiro mais gostoso que Chanel e agrião
Vi meu futuro, me agarrei com unha e dente
Nem ta frio, nem ta quente
Mas eu fui me garantir
Se o cavalo do destino vem selado
Seja doido, seja alado, vou montar e vou partir