Nossa vida é um sopro, já dizia
Um profeta, divino arquiteto
Se olharmos pro céu, o nosso teto
Impossível medir toda magia
Cem mil anos pra ele é um dia
Dominar seu legado, não podemos
Quase nada do cosmo entendemos
Tanto faz para ele, bem ou mal
Em medidas de tempo sideral
Um segundo, é só isso que vivemos
Lado a lado, uma folha e o concreto
Uma barra de ferro, o algodão
Comparados, na mesma proporção
Somos nós e estrelas nesse feto
Não passamos além de um inseto
Quase nada do mundo sei que vemos
Num futuro incerto saberemos
Que somente o céu é imortal
Em medidas de tempo sideral
Um segundo, é só isso que vivemos
Esse trem vai pra mesma direção
Conduzido por trilhos do além
Dentro dele não ficará ninguém
Pois eternos, não tem nesse vagão
Nosso tempo é o mesmo d'um clarão
De um raio, talvez ainda menos
Faça o bem, pois só ele levaremos
Pro acerto de contas no final
Em medidas de tempo sideral
Um segundo, é só isso que vivemos
O dinheiro não compra esse bem
Pois daqui, não levamos nem sereno
Querer mais pode ser nosso veneno
Quanto mais se adquire, menos tem
Só é nosso, o que para o bucho vem
Mesmo assim, logo após já devolvemos
Nos pertence, mas nada disso temos
Nesta conta, bom mesmo é ser igual
Em medidas de tempo sideral
Um segundo é só isso que vivemos