Quando lembro, sinto falta de campear algum surungo
Encilhar algum matungo, de botar a espora ao garrão
Dessas que arrasta no chão e traga grama na roseta
E, à noite, ver um cometa descampar na imensidão
Sinto falta quando lembro da peonada de galpão
Da roda de chimarrão, de beber água de poço
Do chinaredo em retoço nas grandes guitarreadas
De carne de chibo assada se desgrudando do osso
Quando lembro, sinto falta de sestear sobre os pelegos
De gritar: O touro está pego, chega a marca e castrador!
De chacoalhar o tirador no focinho do alçado
Comer bago sapecado e, na tropa, puxar fiador
Comer bago sapecado e, na tropa, puxar fiador
Sinto falta quando lembro
E brota energia no couro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
Sinto falta quando lembro
E brota energia no couro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
Oiga-lhe-te alegria bem missioneira
Cantar com meu amigo Jorge Guedes e sua família
O convite só me dá orgulho e muita alegria
Um abraço cinchado pra todos dessa querência
E deixa uma vaza pra mim agora que eu vou cantar contigo
Sinto falta quando lembro das tropas que repontei
Da cordeona que puxei em bailes e serenatas
De escutar estalos de patas na carreira em cancha reta
E ver a noite que aquieta olhando campo e mata
Quando lembro, sinto falta de lidar com creolim
De limpar as mãos no capim, de encilhar o velho petiço
E, justamente por isso, lembro do cusco Totó
No rastro de um pororó quando amiudava o ganiço
No rastro de um pororó quando amiudava o ganiço
Sinto falta quando lembro
E brota energia no couro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
Sinto falta quando lembro
E brota energia no couro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro
E a alma de peão de estância
Berra mais forte que um touro