Cheguei pateando a porta do rancho
Pois vim de carancho no baile da chica
E uma baixota de pé nos garrão
Igual um pilão de soca canjica
O chinaredo logo perceberam
Que eu era gaiteiro louco e cantador
Dei de mão na china e enrolei no pala
Na volta da sala fazia fiador
Me fui de dente naquele pescoço
Fui dobrando os ''osso'' do seu espinhaço
E aquela tianga que não era feia
Me mordeu na ''oreia'' e me arranco um pedaço
Grilou o ''zóio''e dava um grunido
E ouvi um tinido de dente com dente
Senti um arrepio bem no foi do lombo
Quase levo um tombo na frente de gente
Peguei a gaita pra tocar um pouco
Já não tinha troco pra aquela parada
Daí a china veio pro meu lado
Me fez um costado até de madrugada
Larguei a gaita pro outro gaiteiro
E fui pro entrevero pra dançar rancheira
Uma volta e meia e ela nos meus braços
Marcando o compasso e levantando poeira
Clareou o dia e a gaita se fecha
E eu cheio de mecha torto de alegria
E a minha china reboleando os ''osso''
Corre um caldo grosso de sua ''viria''
Ergui a pavena na minha garupa
E num upa upa se ''fumo'' pra sanga
Que coisa boa a água do lajeado
Nadando pelado e comendo pitanga