Se derrama uma tristeza neste tango arrabalero
Pois tenho nos olhos tangueros
Uma angústia e um pesar
Quanto mais lembro daqueles tristes momentos
Mais aumenta o sofrimento
Que transborda em meu olhar
Vi minha percanta nos braços de um milongueiro
E um soluço mazorquero se misturava com o som
Tomei uma copa de champanhe traiçoeira
E a minha mágoa tasqueira chorava no bandoneón!
Estou perdido sem a flor do teu perfume
E o carvão cruel do ciúmes deixou meu sonho tisnado
Estou morrendo sem o mel da tua boca
E a minha alma louca quer voltar para o passado
Por isso em prantos canto assim minha flor
Para ver se afogo a dor ao saber que te perdi
A nossa história era tão linda e aos pedaços
Me diz agora o que que eu faço enfeitiçado por ti?
Minha alma chora... machucada enlouquecida
Por ti luz da minha vida que me esporeou no coração
Por isso agora meio ausente do presente
Sinto que o meu choro quente se inunda de solidão
O meu jardim perdeu a paz dos beija-flores
Murchou o viço das flores... se apagou o meu fulgor
O choro é eterno... o dia é infindo... a noite é longa
E entre tangos y milongas velo a morte de um amor