Eu levei o pé no estribo
E alcei a perna direita
Pressentindo uma desfeita
Preparei bem o recibo!
Quem nasceu lá na minha tribo
Sabe o valor de onde veio
Mal e mal sentei no arreio
Quase que me desconjunto
Mas sou perito no assunto
Desde sempre eu gineteio
Eu já nasci enforquilhado
Meu berço foi de pelego
No meu primeiro aconchego
Dentro do rancho barreado
Mal eu firmei os costados
Recebendo o sol na cara
O ofício do tapejara
Chegou, cortando os potreiros
E eu campereava o terreiro
Num cavalo de taquara!
Por isso, quando um "veiaco"
Tenta me tirar de cima
O verso sacode a rima
E a lenha vira cavaco
Depois que juntem os "caco"
Do que sobrar de valor
A lonca do pulador
Que vai direto pra estaca
O capincho da guaiaca
E o pardo do tirador!
Lá em casa até o piqueteiro
De vez em quando se pega
E deixa, pelas macegas
Volta e meia algum parceiro
Eu não cobiço dinheiro
Do poder eu não me agrado
O que eu quero é ser lembrado
Por nunca temer o tombo
E ser grudado no lombo
Dos "maula" e dos "aporreado! "