Voar é caminhar sem chão
Pousar é descansar asas
Existir é preencher espaços
Pensar é viver o passado
Ou adiantar as incertezas do que virá
Calar é existir dentro da eternidade
O monge de manto amarelo
Chega ao silêncio, transcende o nada
Contempla à eternidade
O espaço é faminto, e engole universos
O espaço vazio entre o passado e o futuro
É o instante, é a eternidade
O espaço vazio, é a prova
Da existência do nada
Nada é tão pequeno que não ocupe espaço
Nada é tão sólido que não tenha vazio
O nada é o espaço vazio
Que ainda existe, mesmo que preenchido
A medida entre uma coisa e outra
É apenas à medida entre uma coisa e outra
Porque o espaço é infinito
O espaço é ocupado ou desocupado
Mas ainda assim, continua existindo
Caminhar é preencher espaços
E o ponto de partida
Desta caminhada sem chão
É sempre depois de uma queda