Vão entre uma coisa e outra
Vão de oscilar entre isso e aquilo
Vão de ir
Vão entre suas pernas
Vão por onde se espia segredos
Vão das coisas
Vão de espaço
Vão por onde se consolida o desejo e o amor
Vão da vida
Vão de ser em vão
Vão que não existe
Tudo é ocupado por um espírito espectral
Eu ocupo o vão entre os átomos das paredes
Das casas assombradas por mim
Assombrar é ser o que os outros não compreendem
Com os cinco sentidos do corpo
Eu ocupo o vão entre suas coxas
É preciso alma!
O poeta tem que ser doido aos olhos do senso comum
E dançar ao som invisível do universo