Por hoje me deixe... Largado à própria sorte
Vista sua roupa, pegue suas chaves na estante
Não esqueça nada que tome espaço
Depois saia na ponta dos pés
Não bata à porta para não espantar
Meu quase um sono
Por hoje me deixe
Você já pousou em meu corpo
Roubou meu néctar
Agora rouba meu dinheiro
E, por favor, vá embora, me deixe à deriva
Mas não pise muito forte em meu chão
Sou água estagnada, poeira assentada
E posso facilmente emergir
Por hoje me deixe
Largado nos escombros
Sai sem abrir a porta
Não ponha a mão em nada
Para que não desalinhe o caos
Por hoje me deixe
Você já me usou, como um lenço de papel
Que se guarda no bolso
Agora pegue o que mais desejar
E, por favor, vá embora
Mas se esqueça lá dentro do meu coração
Porque sou parasita e posso a qualquer hora
Precisar de você
Por hoje me deixe
Não precisa fazer cerimônias
Porque eu também não faço cerimônia
Você já arrancou de mim o que lhe interessa
Agora por favor, vá embora
Sai antes que o dia amanheça
Ou sem que à claridade entre e espante
O meu frio de medo