Se toda mulher é Capitu modernista
Se toda mulher é viúva negra
Ela que não foge a regra
Chegou linda, toda vestida de preto
Lançou seu olhar em linha reta
Que fatalmente transpassou me o peito
E se estendeu até o infinito
Nem se quer pensei em resistir
Logo vi que ela gostava mesmo
É de homem vaidoso ou metrossexual
Sou homem para saciar seus desejos
Elas precisam de meu instinto animal
Sonho de consumo, sou seu capricho
Eu vendo sapatos na avenida central
Ela é presidente de uma multinacional
E precisa de um homem objeto
Que não incomoda com o sucesso
De mulher rica, livre e poderosa
Eu, homem objeto; ela mulher incompleta
Meia luz ou luz de vela
Iniciava o ritual da viúva negra
Quis cortejá-la com palavras vazias
Ela mandou que calasse a boca
Depois pediu que vestisse de Cowboy
Para que assim parecesse mais viril
Depois lhe serviu um coquetel
Disse que ele tinha pouca potencia
Para seu desejo de mulher fatal
Não houve cerimônia para o desfecho
Ela jogou o dinheiro na cama
Enquanto vestia a sua meia calça preta
Calçava seus sapatos de bico fino
E dizia: você nunca me viu
Ele respondeu Eu não sou desses
Ela respondeu eu sei que não
Mas tudo tem um preço, rapaz!
Mesmo que não esteja à venda