Nas veias desse meu corpo, corre sangue de caipira
No braço de uma viola a minha alma suspira
Por qualquer lugar que eu ande qualquer chão que eu pisar
A saudade da infância, do meu tempo de criança para
Sempre eu vou levar
As historias do vovo, que já foi morar com Deus
Até hoje me arrepia ao contar pros meus filhos meus
Tinha mula sem cabeça, corpo seco no grotão
A sustava qualquer homem, a história do lobisomen
Sexta-feira da paixão
Mamãe varria o terreiro com vassoura de guanchuma
Logo a nossa vizinhança chegava uma por uma
Sentado junto a fogueira olhando a Lua surgir
A família conversava só quando o galo cantava
É que agente ia dormir
Um rádio de pilha grande, que alegrava nossa vida
Pra ouvir moda de viola e a a missa de Aparecida
Na igrejinha do bairro tinha leilão tinha prenda
Tinha um povo matuto, jogando e gritando truco
La no terreiro da venda
Hoje quandoe eu encosto a cabeça no travesseiro
Tudo isso vem no meu sonho, parece tão verdadeiro
Acordo e sento na cama e pra falar bem a verdade
Meu sentimento é tanto que os olhos enchem de pranto
E eu choro de saudade