Madrugada fria, lá fora, garoando
Minuano soprando e eu solito aqui
Já me levantei, aticei o fogo
Me deitei de novo e não posso dormir
O meu pensamento saiu campo a fora
Não voltou embora pra mim descansar
Anda por aí, tropeando lembranças
Às vezes, menino, às vezes, criança
Às vezes, a sorrir e às vezes, a chorar
O que será que falta pra um coração velho
Que bate aqui dentro deixar de sofrer?
Sempre tenho uns troquinhos, não falta carinho
Se vivo sozinho é por meu querer
As minhas melenas vão entordilhando
Os anos vão passando e me fazem pensar
Andar devagar, parar e prosear
Apear e matear quando alguém convidar
Andar devagar, parar e prosear
Apear e matear quando alguém convidar
Tristeza que me judia
Ô! Saudade impertinente
A gente morre de velho
E ela morre c'o a gente
O dia amanhece, nada me apetece
Isso até parece feitiço de China
Ou será minha sina de viver tristonho
Embalando um sonho que nunca termina?
A vida é teatina e, aos poucos, ensina
Que nem tudo rima e, as vez, se fraqueja
Na escola do mundo, eu não tiro vermelho
E pra esta saudade, eu não dobro o joelho
E há de ter um jeito de acabar tristeza
O que será que falta pra um coração velho
Que bate aqui dentro deixar de sofrer?
Sempre tenho uns troquinhos, não falta carinho
Se vivo sozinho, é por meu querer
As minhas melenas vão entordilhando
Os anos vão passando e me fazem pensar
Andar devagar, parar e prosear
Apear e matear quando alguém convidar
Andar devagar, parar e prosear
Apear e matear quando alguém convidar