Troquei meu cavalo baio e uns arreios que eu tinha
Por uma cordeona velha só pra tocar pras prendinhas
Cresci carpindo mandioca dormindo pelas tafonas
Hoje eu lido no teclado da minha velha cordeona
E ninguém acreditava
Que eu fosse virar gaiteiro
Hoje eu vivo encilhado
Num balanço bem campeiro
Gaiteiro ôôô! Gaiteiro por demais eu sou!
Gaiteiro ôôô! Aonde o vento vai eu vou!
O meu pai sempre dizia: -Ô guri, vai estudar!
Pois Depois que eu me for, quem vai te sustentar?
Meu velho fique tranquilo, teu filho hoje é um taita
Pois ganho a vida com honra, abraçado na minha gaita
O meu piá desde pequeno conhece bem o meu toque
Já me pediu uma gaita em vez de bola ou bodoque
Quero que cresça tocando por este Rio Grande inteiro
Vou lhe deixar de herança a tradição de gaiteiro