Acende vela para o rei dessa pedreira
A sua aldeia hoje evoca o trovão
Lá vem o filho de xangô com Iansã
Reviver nesse terreiro
Toda luz do seu afã
E veje bem, toda crença é bem-vinda
O menino de Corina põe o pé e espera o chão
Cada fio no pescoço, é mandinga do divino
O feitiço desse moço guia a fé do seu destino
Preto velho me ensinou a caminhar
Quem não quer guerra sabe guerrear
O valor do meu lugar é lição do professor
Naê rainha do meu beija-flor
Luiz Fernando do Carmo e do morro
Veste a sandália de couro
Rege a sinfonia da favela
O som da lata é batuque nas vielas
Ô dindinha clareia o meu luar
Ê nanaê oká, ê nanaê
Não foi em vão o canto do sabiá
É caboclo injuriado no axé de Ogunhê
(Em nome do pai)
Em oração meu pai
Cortejo, em revoada, Beija Flor
Pra retornar aos passos de um griô!
Luz da nobreza prateando a rua
O teu samba continua onde ecoa tua voz
Ó mestre
Mesmo proibido, olhai por nós!
Não estamos sós!
Guarda a encruzilhada, abre os caminhos
Exu da Baixada, de volta pro ninho
Quem busca a vitória, não teme quebranto!
Laroyê! Laíla de todos os santos!