Eu quero contar
Certas verdades que me dão nó na garganta
Pode incomodar
É de cortar o coração e a gente canta
Pra libertar essa voz mais oprimida
Plantada nesse chão antes do descobrimento
Não é pecado, nem doença o meu amor
Contra a ordem do invasor
Resistir é movimento
Eu vou pra rua enfrentar o preconceito
Se o verbo é lutar, luto pelos meus direitos
Minha parada é o orgulho dessa gente
Tão julgada e atacada só porque é diferente
Oh mãe o teu colo me traz
Lembranças de amor e afeto em família
O axé dos meus orixás
Não discrimina ter filho ou filha
Nos palcos, “tablados “ da vida
Dei a volta por cima, deixei meu legado
Abafo qualquer xingamento
A intolerância tem dia contado
Meu samba levanta bandeira
Derruba barreira e quebra tabu
A estrela tá iluminada e brilha no meu Grajaú
Do babado eu sou, baluarte da folia
Do babado eu sou, baluarte da folia
Muito além do arco-íris, vai raiar um novo dia
Com a Milênio transformando carnavais
Travestida ousadia de mãos dadas pela paz