Lá no bairro adonde eu moro
Triste fato aconteceu, ai
Com a morte da italianinha
Ingrato destino seu
A Terra deu um balanço
Os ares se escureceu, ai
Quando eu soube da notícia
O meu coração doeu
Zezinho, seu namorado
Casamento prometeu, ai
Foi falar com o pai da moça
E o véio nem atendeu
Maltratando a pobre fia
O seu pai esclareceu, ai
- Eu não quero o casamento
Quem manda em você sou eu
Enquanto o tempo passava
A italianinha entristeceu, ai
Até chegar um certo dia
Logo assim que escureceu
Ela entrou no seu quarto
E ninguém não percebeu, ai
Imaginando a triste vida
Um veneno ela bebeu
Depois que bebeu o veneno
Numa cama se estendeu, ai
Foi chegando a morte fria
Que a pobre nem se mexeu
Do jeito que ela deitou
Coitadinha amanheceu, ai
Com o vestido cor-de-rosa
Que seu padrinho lhe deu
O povo tudo chorava
Quando a notícia correu, ai
Mas antes dela morrê
Um bilhete ela escreveu
Eu peço perdão à Deus
Nada me favoreceu, ai
À benção meu pai e mãe, ai
Quem vai se embora sou eu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)