Novamente ilumina o picadeiro
Vai começar no circo uma função
São acrobatas trapezistas enfeitando
Labutando no seu belo ganha pão
O povo se ajeitando bem contente
Vai gritando cada instante, cada espaço
- Solta ele alegria deste circo
Quero ver no picadeiro o paiáço
Cara pintada vai entrar ali na arena
E de repente sente mal o pobre paiáço
Com a mão apertando o coração
Que está véio já sentindo o cansaço
E ali mesmo na saída da barraca
Cai sem vida o rei da alegria
Todos choram lamentando a triste sorte
Porque morreu a alma da companhia
E o seu filho pinta a cara aquela noite
E vai a sorrir tendo o coração chorando
Enquanto faz toda a platéia gargalhar
Vai o coitado assim se lamentando
- Gargalha platéia, gargalha
Sorri da minha sorte de pierrô
Quero chorando junto gargalhar
Porque meu pai também já gargalhou
Gargalha outra vez bela platéia
Você pagou para rir da minha sorte
Você gargalha e eu choro a sorrir
Minha alegria roubou-me agora a morte
Eu não lamento, pode crer, a minha sina
Porque nasci com a alma de paiáço
Quero seguir de meu pai a rotina
De gargalhar tendo a alma em pedaço
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)