Minha boiada carreira
Puxa o carro com firmeza
Não alargue muito os passo
Não precisa ligeireza
Levante toda a cabeça
Não precisa ter tristeza
Eu também caminho triste
Forçando a natureza
Meu carro canta baixinho
Quando as terra vai cortando
Meu carro tu não me conta
Porque viaja chorando
Se tu lembra do passado
Eu também vivo lembrando
Porque sou um desprezado
Com tristeza e desengano
Meus doze boi puxadores
Com as corrente estirando
De tarde faço a pousada
Meu gado fica pastando
No luar e no sereno
Eu passo a noite sonhando
Com quem já me esqueceu
E me deixou soluçando
Boiada trabaiadeira
Pra longe o carro levando
Também o triste carreiro
Tem os olhos lagrimando
Meus doze boi companheiro
Pra frente vão caminhando
Não se esqueça o caminho
Logo mais temo vortando
Não se esqueça o caminho
Logo mais temo vortando