Eu sou a viola tinindo
Da alegria do sertão
Para o povo que eu canto
Eu não sou decepção
Para a mulher que me ama
Eu não sou desilusão
Longe dela sou saudade
Perto dela sou paixão
Na igreja sou um santo
Na mata sou um leão
Pras crianças sou um doce
Pra quem erra sou perdão
No garimpo sou diamante
Sou o zape da trucada
No terreiro sou o chefe
Despacho na encruzilhada
Sou foguete no espaço
Nos versos eu sou poesia
Cantando falo o meu nome
Sou caboclo ventania
Sou veneno e sou remédio
Pra qualquer ocasião
Para o forte sou a lei
Para ao fraco proteção
Na guerra eu sou a morte
Não tem outra solução
Na justiça sou verdade
Não troco de opinião
Sou pancada e sou cadeia
Para o covarde ladrão
Sou castigo e sou carrasco
Pra quem matou sem razão
No garimpo sou diamante
Sou o zape da trucada
No terreiro sou o chefe
Despacho na encruzilhada
Sou foguete no espaço
Nos versos eu sou poesia
Cantando falo o meu nome
Sou caboclo ventania
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)