- Bota mais uma aí, Rodolfo!
- Devagar, meu irmão, que o santo é de barro!
Ele ta inchado de tanto beber
Ele já ta inchado de tanto beber
De manhã cedo lá vaqi ele,
Todo dia é assim
Numa baita tremedeira,
Vai bater no botequim
Ele ta inchado de tanto beber
Ele já ta inchado de tanto beber
A primeira é rebelde,
Tem que ter concentração
Vira o copo de uma vez
Pra pinga não chover no chão
O carão de lua cheia
Falta só aluminar
Os pisantes no sapato
Já não podem mais entrar
Quando lhe bate o delírio
Ele Vê assombração,
Jacaré de bicicleta
E caça ninho de avião
Ele ta inchado de tanto beber
Ele já ta inchado de tanto beber
Tanta desculpa inventa
Que é pra não ir trabalhar:
Catapora, reumatismo,
Dor de dente, Calazar...
Ele ta inchado de tanto beber
Ele já ta inchado de tanto beber
A mulher é uma santa
Que só vive a labutar
Não tem onde esconde a grana
Pro danado não achar
Ele também vira bicho
Só vendo a transformação:
Logo depois da primeira
É macaco, é gozação
Ele ta inchado de tanto beber
Ele já ta inchado de tanto beber
Quando já ta turbinado,
É leão, é valentão
Depois ronca como um porco,
Esparramado pelo chão
Gente boa, meu colega,
Vamos andar com atenção
Se na mão é arriscado,
Ainda mais na contra-mão
Ele ta inchado de tanto beber
Ele já ta inchado de tanto beber
Gato é grande pra rato,
Mas pra onça é pequeno
A dose é que difere
O remédio do veneno