Pra ti chirua crinuda
Dos ranchos de chão batido
Com babados no vestido,
Na orelha um galho de aruda,
Morena deus nos acuda.
Pra quem ama com eu amo
Estrela pampa proclamo
Nas horas de nostalgia
Eu te pergunto guria,
Porque não vens quando eu chamo.
Quando abraço esta cordiona
É como se te abraçasse,
É mesmo que desejasse
Que tu fosses minha dona.
E o meu ser se condiciona ao teu carinhoso abraço
Chego a sentir um laçasso
Neste meu corpo franzino
Pois se te perco
Imagino que vou peder um pedaço.
Calhandras e cotovias,
As palomas, as torcassas
Se alvorotam quando passas
Murmurando melodias,
E o calor dos meio dias
Vão se acalmando aos relentos
E até as guitarras dos ventos
Se entreveram à cordiona
Confirmando que és a dona
De todos meus sentimentos.
Vibram todas as escalas
Nos meus dedos tocadores
Rudes acariciadores
Das tuas tranças bagualas
E o chão batido das salas
Com bárbara bruxaria
E completando a magia deste teu
Tranco macio com gosto
De pasto e rio eu canto pra ti guria.