Silencio e tristeza num rancho vazio
A luz do candeeiro velando mais um
Daqueles que vivem a beira dos rios
Agora vazios sem peixe nenhum
Um homem daqueles perdeu-se nas águas
E nem das águas com barro nas mãos
Num rio sem vida de braços cansados
De punhos cerrados morreu sem razão
Não viu os cardumes na busca vazia
E nem poderia se afora não tem
Parece ironia por que nessa hora
Do lado de fora morreriam também
Não viu os cardumes que trama das malhas
As bombas e as calhas tiravam do rio
Quem nem os dourados, que óleo e veneno
Mataram pequenos por anos a fio
Silencio e tristeza num rancho vazio
Silencio e tristeza nas águas do rio