Desencilhou o cavalo, desenfrenou a saudade
Vendeu a pilcha campeira e invernou na cidade.
Trocou o rancho de quincha, último abrigo campeiro
Por um céu de zinco tosco num arrabalde poveiro.
E como um potro novo buscando um pasto melhor
Extraviou-se na barra de um amanhecer maior
E agora reconta sonhos quem já viveu realidade
Campeando noutra querência numa réstia de igualdade.
Na garupa de seus ombros carrega de sol a sol
Uma mala de esperança curtida de suor e pó.