Nuvens de breu, poncho negro, ventania, chuvisqueiro
O tempo é feio, e sem freio te prepara meu parceiro
Vem de longe o vento norte chicoteando sem cessar
Pra quem busca a própria sorte
Desafio quanto mais forte dá mais força pra lutar
Berra o gado em sinfonia
Um lamento pelo chão
Pelo peão que a cada dia
Vai trocando a pradaria
Por potreiros de ilusão
Pelas ruas e calçadas, nas cidades e nos campos
Rondam chuvas e trovoadas e legiões desamparadas
Que peregrinam nas estradas faz fantasmas e pirilampos
Quando o tempo chega feio e a mais negra cerração
É preciso sem receio
Amansar e botar o freio nesse tempo redomão.