Em maio de trinta e sete
Bem perto da Praça Sete
Lá em Vila Izabel
Dentro da noite que amava
Para sempre nos deixava
O nosso grande Noel
Quanto tempo já passou
O Rio todo mudou
Menos Vila Izabel
Que até hoje ainda chora
E agora comemora
Mais um ano sem Noel
Se hoje há festa para tudo
Não se pode ficar mudo
Quando a Vila está saudosa
A lembrar seu filho bamba
O filósofo do samba
O imortal Noel Rosa
O poeta da ironia
Não fazia o que dizia
Mas à Vila foi fiel
Quem quiser falar em samba
Com a corda e a caçamba
Tem que falar em Noel
Ainda sob a mesma Lua
O seu samba continua
Com sabor de samba novo
Quem faz parte da história
Fica sempre na memória
Carinhosa do seu povo
Se Noel vivesse ainda
Ia ver a Vila linda
Desfilando no apogeu
Mais garbosa do que o Salgueiro
E tirar mais um primeiro
Entoando um samba seu
Mais garbosa do que o Salgueiro
E tirar mais um primeiro
Entoando um samba seu
Um samba seu