A madrugada no pelo e a boeira junto à franja
No olhar dois vaga-lumes mostrando lejos a estrada
Zainita anca de vaca, redomona que se apronta
Pra "cura" o trote de potra, solto a boca rumo à aguada
Mais quatro, cinco encilhadas vou enfrenar sem apuro
Acomodo um freio duro, pois não sou de usar bridão
Pra não "quedar" tafoneira, cruzo as rédeas parelhas
Que fique trocando orelhas, passeando no mangueirão
Orgulho pra um domador é aprender mais do que ensina
E esta zaina me arocina da mesma forma e tempo
Refletindo em movimentos pra quem traz rédeas na mão
Toda sua mansidão com tão pouco ensinamento
Recitado
Tenho esperança na zaina, pois sua mãe que foi pra cria
Parece até que sabia por buena ler pensamentos
Mostrando que vêm no sangue a destreza funcional
Mas que o arremate final se dá num bocal de tento
Zaina negra qual a noite, quando emponcha o céu da pampa
Que bem assim se balança, pelo embalo das ponteadas
Te imagino em pataquadas, pelas folgas domingueiras
Exibindo nas carreiras, esta marchita troteada
Ou mesmo nas invernadas, apartando gado alçado
Trompando algum mal costeado, refugador de porteira
De pata, flor de ligeira, nunca levou um pinchasso
Se salta, salta no encalço, vai dar buena e chegadeira