É bem do meu feitio cantar milongas
Com a justa melodia e a rima exata
Na voz que vem do campo
E vem de dentro
Pilchado de bombacha e alpargata
É bem do meu feitio cevar um mate
Nas horas mais silentes da manhã
Deixar que lave a erva lentamente
Largando na estrada as coisas vãs
Se sou assim, assim me fez o sul
De um jeito simples, e sei que por isso
Essa mania de cantar o pago
É bem do meu feitio de fronteiriço
É bem do meu feitio compor uns versos
Ao frágil candeeiro da boeira
E oferecer, na janela do rancho
Pra prenda que escolhi por companheira
É bem do feitio bolear a perna
Prum trago e uma prosa com os amigos
Riquezas que esta vida me regala
Num relicário que guardo comigo