Tarde mansa de garoa
Que apeava galopeada
Paciência, faca boa
E capricho na lonqueada
Foi assim que ganhou vida
"bajo" a quincha do galpão
Desabrochando pra lida por conta da precisão
Distinta das outras flores
Que nascem pra serem belas
Com suas formas e cores no calor da primavera
[recitado]
Exalando aromas tantos
Pelas canhadas do pago
Trazendo alegria aos campos
Ou em jardins bem cuidados
Toda flor carrega um ciclo
Murcha, seca e cai no chão
Mas o teu é bem distinto
Pouca importa a estação
Não vai provar sarandeios
Presa a uma "trançita" atada
Pois nasceu pra dar costeio
A cada golpe ou sentada
Tampouco será "miminho"
Pra alguma china faceira
Desconhecerá o carinho
Por ser "flor da pescoceira"
Sei que deve sentir ciúme
Das margaridas e rosas
Por não ter graça e perfume
Nem aparência mimosa
Mas mostra força e rudeza
Em cada tirão que escora
Flor bruta por natureza
Que não faz parte da flora
Em seu galho não tem pua
Feito o galho da roseira
Trança bruta
Que por crua, talvez dure a vida inteira
Foi bem sovada ao rigor
É de couro
Flor bagual
Guapeando mostra o valor
Junto ao corpo do buçal