De fronte do galpão grande, um cerne de Curunilha
Palanqueador de tropilhas cravado num chão sulino
Sob a luz de um céu divino, o campo que não se entrega
A pata e a peito de égua, vai ressabiando o destino
A várzea se estende longe vista do fundo das casas
E um campeiro cria asas repassando a bagualada
Quem tem olhos de invernada e ânsias crioulas no peito
Faz o que deve ser feito e, o resto, ajeita na estrada
A fibra desta querência vem das lidas campo a fora
Trazendo pátria na espora e no cantar do fronteiriço
Mescla de ciência e feitiço timbrada a berro de gado
E a bufo de mal-costeado que se amansou no serviço
Um paraíso é quem ronda de copa mansa e serena
A velha estância torena, postal de pampa e coxilha
Jasmineiros, Maçanilha, enchendo o pago de flores
E, pra entreter, dissabores, fumo bueno e figuerilha
Rincão de gente gaúcha, vida, terra e liberdade
Quem se vai, sente saudade, quem volta, bendiz a Deus
O mundo é feito de adeus, de apeie e chegue pra diante
Quem busca um sonho distante acha bem perto dos seus
A fibra desta querência vem das lidas campo a fora
Trazendo pátria na espora e no cantar do fronteiriço
Mescla de ciência e feitiço timbrada a berro de gado
E a bufo de mal-costeado que se amansou no serviço
Que se amansou no serviço