Entre a força e o equilíbrio, fui me fazendo ginete
Mesclando vício e caquete, instinto, luta e perigo
O cavalo, fiel amigo, por vezes, mero contrário
Respeitoso adversário, embora eu largue surrando
E pareça festejando meu dia de aniversário
Pra mim, gineteada e festa, é folclore, é tradição
É a cultura deste chão escorando o que nos resta
Chapéu tapeado na testa, boina puxada pra nuca
Se abre' pra fora as mutuca no presságio da ferroada
Pra sustentar a tajada no basto, pêlo ou gurupa
Entre a campana e a soltada, alguns escassos segundos
Tempo demais desse mundo, de corcovos e sentadas
Quem lida na retaguarda palanqueia e amadrinha
Pois quem é galo de rinha nunca refuga tambor
Larguem no más, por favor, que a vuelta de honor é minha
Entre a campana e a soltada, alguns escassos segundos
Tempo demais desse mundo, de corcovos e sentadas
Quem lida na retaguarda palanqueia e amadrinha
Pois quem é galo de rinha nunca refuga tambor
Larguem no más, por favor, que a vuelta de honor é minha
Quando eu espeto um malino no retovo dessa hora
Entrego à Nossa Senhora, minha sorte, meu destino
Sinto meu torrão sulino em cada veia pulsando
O aporreado corcoveando, quanto mais pasta e mais vale
E, até que a morte me cale, quero viver gineteando
Pra mim, gineteada é tudo e tudo gira ao redor
E não há nada melhor que esporear um cogotudo
Potro novo ou colmilhudo, tanto faz ou tanto fez
Podem soltar nós, os três, eu, o maula e Deus, é claro
Que, o que eu estrago, eu reparo e fecho as contas do mês
Entre a campana e a soltada, alguns escassos segundos
Tempo demais desse mundo, de corcovos e sentadas
Quem lida na retaguarda palanqueia e amadrinha
Pois quem é galo de rinha nunca refuga tambor
Larguem no más, por favor, que a vuelta de honor é minha
Entre a campana e a soltada, alguns escassos segundos
Tempo demais desse mundo, de corcovos e sentadas
Quem lida na retaguarda palanqueia e amadrinha
Pois quem é galo de rinha nunca refuga tambor
Larguem no más, por favor, que a vuelta de honor é minha