Já engraxei minha corda
E vou volteá la pra mangueira
A cavalhada relincha
Se acomoda em meio a poeira
Por que hoje eu passo as garras
Nesta eguada caborteira
Depois ginetear no pelo
Bem no estilo da fronteira
Potrada de todo porte
Gateado, zaino e tordilho
Refugados nas estâncias
Alguns que já tem curnio
Uns olhando desconfiado
Parecem chamá o lombilho
E eu de bota de potro
Ressuscitando um caudilho
Nestas andanças teatinas
Muito xucro eu já surrei
Trago no corpo as marcas
De golpes que eu já levei
Mas bagual que me entregaram
Todos eles amansei
Corri espora no basto
Depois, no freio, ajeitei
Fui parido nesta pampa
Num dia meio cinzento
Assim, me criei gaudério
De laço atado nos tentos
Aprendi ver a fronteira
Só pelo soprar do vento
Fui agarrando estas manhas
Por andejar noite adentro
Vivo do basto, orquetado
Cruzando cerros e llanos
Formei tropilhas na alma
Com meu cantar orelhano
E a tarde, quando me agarra
Neste vasto chão pampeano
Pra uma escramuça de potro
Me agrada o mais haragano
Nestas andanças teatinas
Muito xucro eu já surrei
Trago no corpo as marcas
De golpes que eu já levei
Mas bagual que me entregaram
Todos eles amansei
Corri espora no basto
Depois, no freio, ajeitei
Fui parido nesta pampa
Num dia meio cinzento
Assim, me criei gaudério
De laço atado nos tentos
Aprendi ver a fronteira
Só pelo soprar do vento
Fui agarrando estas manhas
Por andejar noite adentro