A fé traz grande recompensa,
porque pelas obras da fé
temos por certa e líquida
a recompensa
que nos foi prometida por Deus,
e esta não é uma recompensa
apenas para o aqui e agora,
senão para algo muito precioso
que é a salvação da nossa alma
da condenação eterna
e mais do que isso
para a nossa reconciliação
com Deus.
Então devemos cuidar bem da fé.
Devemos pedir ao Senhor
para aperfeiçoá-la e aumentá-la,
com um interesse muito maior
do que as pessoas costumam ter
para aumentarem seus bens materiais,
porque a fé é o bem mais precioso
que alguém pode ter neste mundo,
porque ela é chave
que abre as comportas do céu.
Deus não pode abençoar
uma terra infrutífera.
O solo do coração dos crentes
deve ser então continuamente
arado e fertilizado
com as virtudes e graças do evangelho,
pelo Espírito Santo,
sendo limpo de toda sorte
de ervas daninhas,
ou seja, de toda forma de pecados,
para que a semente da graça
possa germinar, crescer
e dar os bons frutos de arrependimento,
fé e obediência.
Há um princípio no caráter de Deus
que o leva a dar oportunidades
àqueles que Ele sabe
que melhorarão com o tempo
à medida que são submetidos
progressivamente à ação da Sua graça.
Esta verdade está ilustrada
na parábola da figueira estéril
à qual Jesus deu tempo e tratos
para que viesse a frutificar.
Deus amaldiçoou de tal forma
a criação depois que o pecado
entrou no mundo,
que desde então,
para que o homem
tenha verdadeira alegria e paz
em sua alma,
ele depende de recebê-las
diretamente de Deus,
porque são tantas as pressões,
decepções, perdas, fraquezas,
perseguições e toda sorte
de adversidades internas,
inerentes à própria natureza decaída;
e externas,
relativas ao mundo de pecado,
que não poderá ter de modo algum
um viver abençoado
se isto não lhe for concedido
particularmente pelo Senhor.
Tudo o que é adverso contribui
para que se busque a Deus
para achar nEle graça e auxílio,
de maneira que,
pela prova e crescimento da fé,
se receba dele
descanso e paz para a alma.
O que sucedeu a Israel no passado
quanto aos juízos sofridos
é para a nossa própria advertência
de maneira que não nos iludamos
que podemos ter uma vida abençoada
vivendo do mesmo modo
que eles viveram no passado,
isto é, sem que andemos
em retidão na Sua presença,
por não procurarmos fazer
aquilo que lhe é agradável.