Só bandeia o Camaquã
Aquele que sabe o passo
E a Serra das Asperezas
Cruza quem conhece os rastros
Atravessa o Caverá
Quem a prendeu suas voltas
E, pra chegar no Pelotas
A tropa tem que marchar
Só consome tanta légua
Quem leva por diante a muda
E, contra a pedra graúda
O casco preto das éguas
Pra achar boca de picada
Sente o aroma das flores
E pra chegar nas charqueadas
Segue a dor dos corredores
Se nunca andei nesas grotas
Nem marquei a geografia
Por que um rumor de topa
Me enfeitiçou a cantoria
Se hoje meu timbre se solta
Aqui sobre os saladeiros
É o meu caminho de volta
Cantor, fantasma e tropeiro
Só não roda em tuco-tuco
Quem traz erguido no freio
E, quando o escuro é bruto
Pedra e lã seca pro isqueiro
Se o frio é desses que entangue
Se aquenta contra o cavalo
E pra costear o São Gonçalo
Fareja a baba e o sangue
Se nunca andei nessas grotas...