Foi num domingo, eu me lembro
Que senti raiva da vida
A mocidade perdida
Nos corredores do vento
Apenas dor e lamento
E tempo e mais tempo perdido
Por muitos anos a fio
Cabresteou-me a ilusão
Fui ficando qual xergão
Nas varas do tempo rio
Caroneado, basteriado
E o lombo todo esfolado
E os pêlos em arrepios
Cheiro a suor de cavalo
Cheiro a pasto e chão molhado
Cheiro a sorriso emprestado
”Pero se hay” que pagá-lo
No tempo ficou a história
Algum tição galponeiro
Saudades de algum parceiro
Pingos de amor na memória
O resto é conta relambória
Vai-se o tempo caborteiro
Cheiro a suor de cavalo...