Um trovão abriu a goela
Retumbando o céu infindo
E um novilho refugou
Torenado a doma dos pingos
Garrou o mundo da várzea
Num gesto de liberdade
Até, quem sabe, afrontando
Meu posto de autoridade
O meu tronqueira lobuno
Pressentiu as cantadeiras
Saiu rasgando horizontes
Pois não lhe gusta poeira
E nesta hora tá em jogo
O orgulho de um campeiro
Sonhando trazer o malo
Que talvez nem venha inteiro
Tenho uma carta na manga
Um chumbado de oito tentos
Pro causo de ser preciso
Dar um tiro contra o vento
Reboleio campo afora
Tal fosse minha bandeira
Buscando mastro nas guampas
De novilhada matreira
Meus aliados se agrandam
Contra uma rês disparando
Pois tenho o canto da espora
Por minha voz de comando
Daí surgiu esse lema
Que pelos versos repito
Quando eu não levo no braço
Meu cusco ganha no grito
O meu tronqueira lobuno...