Puxo as “garra” e me enforquilho no canto que é meu motivo
Com o saber primitivo que é o mesmo da minha gente
E o que me vem na garganta, senhores, é meu legado
De algum taura antepassado com o Rio Grande na essência
Por isso que me apresento na armada grande do verso
Que sabe do universo, que me faz bem e fascina
De um simples ronco de mate, um guitarreiro, um fogão
E o coração palpitando de alguma linda me ouvindo
Não pense que é um pacholeio esse louvou à minha terra
Que um cantador não se encerra nos alambrados de alguém
Tem na alma um pataleio de um xucro que não faz conta
E sempre que um sol aponta, se nega direito ao campo
São tantas as bem-querenças, que o meu olhar é um retrato
Um zebu que ganha o mato e cusco bueno pegando
Um escarceio do pingo nalguma boca de brete
E um sorriso que verte depois de um pealo lindaço
E se entenderam o chasque, espalhem o compromisso
De fazer do sul vício de amor, paz e beleza
Sem deixar que uma história, tão presente em nossas mentes
Se resuma simplesmente nalgum traste de museu