Escoltando corredores
Também bordando invernadas
Primorosas estiradas
São marcas de um sofredor
Seu Firmino, alambrador
Nas dobras de Encruzilhada
Alinhou o seu destino
Aurora rubra incendeia
Se a pá de corte chispeia
Em pedras enterradas
Junto as feridas cavadas
No corpo da terra alheia
Escalava mãos e braços
Sem tempo pra sentir dor
Não lhe esgota o torpor
Pois tem âmago de aço
E o coração faz compasso
Pra o bater do socador
Dói-lhe um sonho insatisfeito
Com retrancas de dolência
Espera o fim com descrença
Pois, rude, não achou jeito
De abrir porteiras no peito
Pra ter família e querência
Ao empeçar a jornada...