Um fiel prendendo no pulso
O mango sovando o couro
Num afronte de setembro
Pelechando um lombo mouro
Chamando a voz da tropilha
Como a esperar um clarim
De alguma carga de guerra
Apontando contra mim
Vai pela volta do mango
Alguma balda de potro
Que aquerenciou-se na argola
Pra depois pernder-se noutro
Desses que o tempo e destino
Ainda cobra parada
A providência de esporas
E algumas cordas sovadas
Um mouro pampa de sangueMarca de copa borrada
Parece que se esqueceu
Da tala chata dobrada
Dos contrapontos do campo
Das investidas de estouro
Onde a prosa mais ouvida
É a dos encontros do couro
Quando bem cedo me vejo
Enforquilhando um vetena
Entrego a alma pra alguém
Que a guarde por ser plena
E tenho o mundo do campo
Pelas rosetas da espora
Não fosse a tala do mango
Não sei onde eu tava agora
O mouro aprende de novo
E volta às casa tranqueando
Sustentando sobre o lombo
As vozes do meu comando
Chamando a lida pra frente
Pontenado a tala do mango
Que o camperismo que trago
Garante as coisas que eu mando
Um mouro pampa de sangue...