Te mando um mouro tapado
Por confiança e tradição
Por domador afamado
Que conhece as precisão
Com ele se4gue esse verso
Que eu assino no final
Sem pretensão eu te peço
Que assim me ajeite o bagual
Que ele não saia assustado
Pra tirambaço ou estouro
Que não refugue a fumaça
O ferro branco e o couro
Que sobre sempre coragem
Nos encontros desse mouro
Pra pechar sobre a paleta
Livrando as aspas do touro
Me deixe o bagual tapado
Mas bem manso de garupa
Que o sangue de indio vago
Vez em quando me cutuca
Nas casas beira-de-povo
Donde a luz não apaga nunca
Corpeio armada de china
Desarmando a arapuca
E eu não quero esfogueteado
Se judiando nas partida
Eu quero é calmo e armado
E pronto pra qualquer lida
Com a crina não tem mistério
Corata um meio cogotilho
Deixa o cavalo mais sério
Igual quem vem no lombilho
De boca até nem te falo
Que teu freio é uma balança
Que atenda sempre o pealo
Quando eu leve a mão na trnça
Cinchador pra qualquer peso
E bandeador de rio fundo
Orelha, pescoço, teso
Pra se inteirar do seu mundo
Deixa bem manso das patas
Nem maula nem cosquilhoso
Que com carinho eu lhe bata
Bem na tabua do pescoço
E lhe cochiche baixinho
Mirando campos e bois
Que agora nós somos dois
Pra nenhum andar sozinho
[Milonga Arrabalera]