Me chamam de boiadeiro
Boiadeiro é o meu patrão
O boi é do fazendeiro
Eu não passo de um peão
Quando toco uma boiada
Me admiram sem razão
Eu sou mais um boi na estrada
Empoeirenta do sertão
Eu sou mais um boi na estrada
Empoeirenta do sertão, ai
Nasci num rancho de tábua
Me criei no mangueirão
Entre eu e a boiada
Não existe distinção
O boi dorme na invernada
Fazendeiro na mansão
Eu rumino minhas mágoas
Lá no fundo de um galpão
Eu rumino minhas mágoas
Lá no fundo de um galpão, ai
Não me chamem boiadeiro
Porque isso eu não sou não
Dono de boi tem dinheiro
Eu só tenho solidão
A minha maior tristeza
É viver na ilusão
Se sonho fosse riqueza
Eu seria um barão
Se sonho fosse riqueza
Eu seria um barão, ai
Quando pensei que era gente
Piorou a situação
Me apaixonei loucamente
Pela filha do patrão
Mas pra um moço da cidade
Ela deu seu coração
Ao longo do meu caminho
Vou morrendo de paixão
Ao longo do meu caminho
Vou morrendo de paixão, ai
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)