Lá pertinho de Ibiraci
No estado de Minas Gerais
Tem a fazenda Santa Maria
Muito rica de gado e cereais
Se estende no alto da serra
A visão de grandes cafezais
À tardinha o sol se esconde
Na cercania dos coqueirais
Coração que nunca suspirou
Se prende no peito e sofre demais ai, ai, ai
Nessa hora então se assiste
O retorno de muitos pardais
Procurando a ramagem dos ninhos
Nas mangueiras e nos roseirais
As galinhas vão se empoleirando
E os pombos buscam seus pombais
Vaga-lumes circulando o brejo
Das estrelas são sérios rivais
Um curiango no meio da estrada
Cantando doído soluça demais ai, ai, ai
Um poeta sentindo saudade
Também canta os seus madrigais
Dirigindo olhares pra Lua
Num lamento tão cheio de ais
A poesia vai tomando conta
Envolvendo sentidos pessoais
Os rochedos parecem que acenam
Para as águas que buscam os cais
Eu me lembro de um rosto risonho
Que disse-me adeus e não vi jamais ai, ai, ai
Vou falar de uma ilustre família
Estimada por muitos casais
São os donos da Santa Maria
São orgulho de seus ancestrais
O Lulu com a senhora Leire
Tem agrados excepcionais
Toda vez que a gente se encontra
Só se fala de bons ideais
Se um dia me chamar saudade
Eu mudo de terra e não volto mais ai, ai, ai