Por entre a ramagem da verde campina
Nasceste menina com jeito de flor
As aves cantaram a tarde inteirinha
Nasceu a rainha do interior
Foste crescendo tão meiga, tão pura
Linda criatura nos campos de Deus
E eu pretensioso canto nas alturas
Mulher escultura meus versos são teus
Me vendo perdido sem crença, sem nada
Sem ter uma estrada por onde seguir
Saí pelos campos seguindo teus passos
Buscando teus braços, mas sem conseguir
Pensando que eras mulher simplesmente
Assim como a gente costuma encontrar
Andei pelos campos e ao ver tua imagem
Não tive coragem sequer de te olhar
Rainha dos campos, dos rios e cascata
Das noites de prata do rico sertão
Não és tão somente a rainha das matas
Pois reinas, ingrata, no meu coração
Agora sem rumo vagueio na vida
Buscando, querida, poder te encontrar
Se um dia sentires tristeza incontida
A minha cantiga irá te alegrar
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)